
Em entrevista, Auricchio fala sobre investimentos em São Caetano do Sul
PTB Notícias 21/03/2011, 7:09
Localizado no Grande ABC, na região metropolitana de São Paulo, o município de São Caetano do Sul aguarda o lançamento do megaempreendimento (R$ 260 milhões) da Sobloco, o Espaço Cerâmica, cuja primeira torre – um shopping center – está prevista para novembro deste ano.
Em seu gabinete, o prefeito da cidade, José Auricchio Júnior (PTB), falou ao DCI sobre as expectativas relacionadas ao projeto, que deverá ser uma “grande alavanca” para os setores de comércio e serviços do município, tipicamente industrial.
Além da obra, o político tratou dos problemas das enchentes, muito comuns na cidade, citando investimentos municipais na ordem de R$ 25 milhões para combatê-las, em somatória à expectativa de um futuro piscinão estadual, o de Jaboticabal, que poderá beneficiar São Caetano, São Paulo e São Bernardo do Campo.
Os principais trechos da entrevista exclusiva vão a seguir: DCI: Você poderia falar um pouco sobre o perfil econômico de São Caetano, com ênfase nos principais setores?José Auricchio Jr: Por mais que tenha havido algumas décadas de turbulência, a atividade industrial ainda é a principal atividade econômica da cidade, por conta das montadoras.
Mas o que a cidade tem procurado e incentivado, no sentido de transformação vocacional, é trazer a essa atividade industrial uma atividade agregada de serviços.
Então, nós temos trazido serviços de alto valor tecnológico, empresas com muita qualificação técnica.
Por exemplo, o centro tecnológico da GM, com uma atividade muito forte, que presta serviços para o mundo inteiro – a sede é aqui.
Outras atividades ligadas à tecnologia da informação (TI) também são muito presentes na cidade, e estão coligadas à indústria da região.
Então, a atividade industrial é o carro-chefe, mas agregada a um serviço de alto valor tecnológico.
E, obviamente, os setores de serviços e de comércio vêm crescendo, assim como em praticamente o Estado de São Paulo inteiro.
Nós temos a matriz de uma importante varejista do País, a Casas Bahia, mas não só ela.
A chegada, agora, de um grande shopping center atrai uma quantidade de empresas de serviço e comércio, de tal maneira que a vocação desses setores vem crescendo, mas ainda atrás da principal atividade econômica nossa, que é a indústria.
DCI: O que representa o Espaço Cerâmica para comércio e serviços?José Auricchio Jr: O Espaço Cerâmica, hoje, é a grande alavanca, mas não podemos nos esquecer que também há uma certa Casas Bahia que, além de ser sede varejista, tem empresas coligadas (satélites) a ela, que prestam serviços financeiros, de propaganda e marketing, uma série de atividades que são importantes.
Mas, obviamente, o novo Espaço Cerâmica, hoje, alavanca o setor de serviços e comércio com uma força nova.
DCI: Há previsões de quanto o Espaço Cerâmica irá trazer de impostos?José Auricchio Jr: Olha, tem muito ainda a acontecer.
Primeiro, porque no local ainda há espaço para crescer.
Mas, de qualquer maneira, há uma enorme expectativa de crescimento de duas receitas próprias, o IPTU e o ISS.
A cidade conta com isso.
DCI: Em que pé está essa obra?José Auricchio Jr: Do ponto de vista urbanístico ela está pronta.
Agora, está numa fase comercial, mas se a gente imaginar que quase 40% do empreendimento é o shopping, eu diria que a obra está quase na metade do que se espera do espaço.
Embora ainda existam torres comerciais e residenciais por vir, além do Hospital São Luiz que, apesar de reservado para ficar no outro lado da rua, ainda faz parte do projeto urbanístico do Espaço Cerâmica.
É mais uma empresa de serviços que vem se agregar.
Além do valor de saúde que carrega consigo, o hospital é uma empresa de serviços.
DCI: Há empecilhos para a construção do projeto? Qual é a previsão de entrega?José Auricchio Jr: Não, nenhum.
Totalmente desembaraçado.
A entrega do shopping será em novembro.
O Hospital São Luiz está previsto para 2012.
E daí tem outras torres com prazos variáveis.
A primeira coisa a ser entregue é o shopping.
DCI: Em relação às enchentes, que são um problema histórico de São Caetano, há projetos para reduzi-las?José Auricchio Jr: É o nosso maior problema urbano.
Mas avançamos muito, nós conseguimos conter grande parte dos bairros que eram inundados, e hoje se transformaram em bairros com pequenos alagamentos, perdas materiais mínimas.
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Mas ainda é um transtorno urbano.
A solução das enchentes passa por um plano de macro e microdrenagem.
Microdrenagem é um problema nosso, e temos evoluído.
Macrodrenagem é um problema do estado.
O governador anunciou há cerca de dez dias a construção do piscinão do Jabuticabal.
Esse piscinão fará tríplice divisa entre São Paulo, São Bernardo e São Caetano, com importância vital para o estado, porque tentará desafogar as enchentes na Via Anchieta.
Isso vai beneficiar muito São Caetano, porque vai ser um piscinão de altíssima capacidade de reservação.
Para se ter uma ideia, tudo o que nós fizemos em São Caetano – estado e prefeitura – resultou em 200 mil metros cúbicos de capacidade de reservação.
O piscinão de Jaboticabal vem com um milhão de metros cúbicos de reservação, são dois tanques de 500 mil m³.
Portanto, teremos aí praticamente quintuplicada a capacidade de reservação.
Não gosto de falar em resolução, mas acredito que teremos um controle muito grande das enchentes a partir de 2013, que é a previsão da entrega dessa obra.
DCI: Há outras obras de combate às enchentes? Quanto está sendo investido nessas obras?José Auricchio Jr: Sim, estamos construindo galerias de todos os tamanhos em uma de série bairros; a manutenção dos piscinões é de responsabilidade do estado, mas a gente acaba assumindo uma parte; obras de ampliação dos piscinões; tem uma série de obras que, no conjunto, seriam as obras de microdrenagem.
Só uma galeria está custando R$ 12 milhões; tem outra que vai começar ao custo de R$ 1,5 milhão, R$ 2 milhões.
Por baixo, estamos investindo algo em torno de R$ 25 milhões no combate às enchentes.
É um número aproximado.
DCI: Em 2010, o orçamento de São Caetano foi de quanto? E quais foram as principais áreas de investimento?José Auricchio Jr: Aproximadamente, R$ 700 milhões.
Saúde, educação.
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Área social como um todo.
E infraestrutura também, mas a área social arrebata praticamente metade do orçamento.
DCI: O custeio da cidade é baixo? Quanto sobra para investir?José Auricchio Jr: Não é baixo, mas está controlado.
Nós conseguimos manter uma taxa de investimento em torno de 7%, 8%.
Desde que a gente chegou aqui, não houve investimento menor do que 7%, montante investido em 2009 .
DCI: E para este ano, a taxa de investimento se mantém? De quanto é o orçamento de 2011?José Auricchio Jr: Estamos contando com 8% de capacidade de investimento.
O orçamento é de algo em torno de R$ 750 milhões.
As áreas de investimento prevalecem as mesmas.
Agência Trabalhista de Notícias (LL) com informações do Portal Diário do Comércio e Indústria