
Fernando Collor quer informações sobre interceptações telefônicas pelo MP
PTB Notícias 9/08/2013, 7:29
O senador Fernando Collor (PTB-AL) informou na quinta-feira (8/8/2013) que o Senado enviou ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ofício com pedido de informações.
O requerimento contém 17 perguntas sobre a aquisição e uso do chamado Sistema Guardião, usado para interceptação telefônica e de dados.
Os questionamentos foram motivados por relatório apresentado ao Conselho Nacional do Ministério Público pelo conselheiro Fabiano Silveira.
O texto aponta que, das 30 unidades do Ministério Público no país, 21 possuem ou têm acesso a sistemas de monitoramento de interceptações telefônicas.
Dessas, 17 possuem equipamento próprio para as escutas e gravações.
“Somente no último mês de maio deste ano, estavam sob monitoramento das promotorias em todo o país 16.
432 telefones de 9.
558 pessoas, sem autorização judicial.
Isso dá uma pequena ideia do estado policialesco em que se transformou o Ministério Público sob a condução do senhor Roberto Gurgel”, acusou Collor.
O senador quer saber, entre outras coisas, se o Ministério Público dispõe de aparelhos ou sistemas de interceptação telefônica, como foram adquiridos, quais unidades os utilizam e se há servidores treinados para usar os sistemas e fazer análises de inteligência.
Além disso, Collor questiona os fundamentos legais das interceptações por parte do Ministério Público e a maneira como as informações são utilizadas.
Para ele, a utilização arbitrária desse tipo de mecanismo extrapola as suas funções constitucionais e legalmente previstas do Ministério Público, além de trazer riscos a direitos e garantias fundamentais.
O senador lembrou a previsão constitucional sobre as consequências da falta de respostas a esse tipo de pedido.
De acordo com a Constituição, a recusa ou o não-atendimento, no prazo de 30 dias, significa crime de responsabilidade.
“Seria mais um crime a se somar ao cartel do senhor Roberto Gurgel, que já tem, além do crime de responsabilidade, a prevaricação, a improbidade e o ilícito administrativo”, disse o senador.
* Agência Trabalhista de Notícias (LL), com informações da Agência SenadoFoto: Moreira Mariz/Agência Senado