
Henrique Arantes participa de audiência sobre telefonia móvel em Goiás
PTB Notícias 11/11/2014, 9:13
A Assembleia Legislativa de Goiás sediou, na segunda-feira (10/11/2014), a audiência pública que debateu a qualidade do serviço de telefonia móvel no Estado.
O principal foco foi a discussão em torno da melhoria de sinal e sobre os fatores necessários para a disponibilização de instalação de antenas e infraestrutura para suprir a demanda dos municípios goianos.
O evento foi realizado no Auditório Solon Amaral.
A audiência foi solicitada pelo presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor da Alego, deputado Henrique Arantes (PTB).
Na abertura do evento, Henrique Arantes agradeceu a participação dos presentes que contribuem para a discussão do tema em prol da melhoria dos serviços para a sociedade.
“O motivo principal, em primeiro momento, é poder facilitar os processos burocráticos e saber o que o poder público pode fazer para melhorar os serviços”, pontuou.
O petebista propôs a desburocratização do processo de instalação de novas antenas receptoras, sugeriu uma regulamentação que não prejudique o consumidor dos serviços de telefonia móvel.
“Hoje, em Goiânia, demora até quatro anos para que a requisição de instalação de uma antena seja permitida ou negada.
” O que, conforme Henrique, não acompanha o processo de crescimento do número de usuários do serviço, uma vez que as antenas trabalham sobrecarregadas e ainda não atendem a demanda de maneira eficaz.
O deputado afirmou que as estatísticas demonstram que as reclamações relacionadas ao serviço de telefonia móvel são muito expressivas e que melhorias devem ser feitas para atender a população.
“Queremos buscar melhorar esse problema, descobrimos alguns pontos que atrapalham o desenvolvimento do sistema.
” Falta de antenasO presidente-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), Eduardo Levy Moreira, defendeu as empresas.
O representante da classe empresarial argumentou que deve haver uma comparação com o número de reclamações em relação ao número de clientes.
“Nós temos muita dificuldade de colocar antenas.
A legislação já tem dez anos, é tudo muito burocrático.
“Conforme Levy, a ausência de sinal se dá pela falta de antenas, no entanto, também devem ser consideradas as eventuais falhas das empresas.
“É necessária a instalação de antenas e infraestrutura para conseguir atender os clientes.
“Eduardo ainda comparou a legislação existente no Brasil com a de outros países.
Disse que em terras brasileiras a burocracia é o principal fator que impede a melhoria da qualidade do serviço prestado.
O representante ainda cobra que a telefonia deve ser tratada como serviço básico para a população, como é feito com os serviços de energia, esgoto e água.
LegislativoHenrique Arantes afirmou que o serviço tem que melhorar e ainda reafirmou a importância da atuação do legislativo nessa causa.
“As empresas têm interesse em lucrar, mas têm que fornecer serviço de qualidade.
A função do Legislativo é identificar os problemas na legislação e alterar para melhorar o serviço prestado”, salientou.
O parlamentar ainda ressaltou que essas medidas beneficiam diretamente a população.
Pois, com um serviço de qualidade consequentemente as empresas irão lucrar mais e o Estado também, pois poderá arrecadar mais impostos.
Burocracia é o gargaloO gerente regional da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Welson Diniz Macedo e Silva, reclamou da burocracia e relatou sobre a interferência direta na instalação de infraestrutura no setor de telecomunicações.
Welson ainda afirmou que maior preocupação das empresas é em relação a cobrança e não da qualidade do serviço prestado a população.
“A internet móvel está sendo analisada para melhoria dos serviços e implantação de novo sistema de antenas”, considera.
O representante da Anatel ainda assumiu que mudanças terão de ser feitas na legislação para que seja viável a implantação de sistema de antenas mais eficiente na cobertura de telefonia móvel.
OABO presidente da Comissão dos Direitos do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Goiás (OAB-GO), Rogério Rodrigues Rocha, revelou que há questionamentos sobre a posição da Ordem acerca de todas essas situações no dia a dia, como a falta de sinal e cobertura em algumas regiões.
Rogério reforçou a reclamação sobre a restrição à implantação de mais antenas em Goiânia e em relação à burocracia.
O representante da OAB-GO ainda revelou que o número de reclamações que chegam ao judiciário é mínimo em relação ao número de afetados pelos problemas.
“O consumidor não consegue receber aquilo que compra no dia a dia.
A OAB vai acompanhar a discussão para sabermos o que será deliberado daqui em diante.
“EditalO gerente da Anatel Welson Diniz afirmou que a empresa tem a preocupação sobre as obrigatoriedades que são exigidas nos editais de concessão do serviço de telefonia.
A instituição tem que exigir o investimento em infraestrutura e não somente encher os bolsos da União.
“Temos que exigir um padrão de qualidade do serviço prestado pelas operadoras”, relata.
O presidente da União dos Vereadores de Goiás (UVG), vereador do município de Professor Jamil, Talismar Ferreira Correa, sugeriu a criação de um fundo junto ao governo federal para viabilizar os serviços e investimentos.
“Podemos também levar essa situação ao governador [Marconi Perillo, do PSDB] para que possa investir também nessa área e melhorar a qualidade do serviço no Estado”, apontou Talismar.
SugestõesO autor da iniciativa da audiência pública, deputado Henrique Arantes (PTB), informou que a ideia principal do evento é de criar um estatuto das antenas, semelhante ao que foi feito no Paraná.
Onde houve a desburocratização do sistema de implantação de antenas, o que proporcionou melhorias significativas no serviço de telefonia na região.
“Para viabilizar a desburocratização deve haver um trabalho dos legislativos municipais de todo o Estado em conjunto com a Assembleia”, ressalta.
Logo após a participação de pessoas que faziam parte do público no debate, o deputado Henrique Arantes esclareceu os principais trâmites a serem seguidos e ainda definiu o foco principal de atuação para viabilizar a melhoria na qualidade do serviço.
As principais sugestões foram: parcerias com o governo estadual, legislação para os municípios desburocratizarem a instalação das antenas, a desmistificação de falsos danos à saúde causados por antenas, e a possível criação de uma legislação específica com a isenção de tarifas para instalação de antenas nas rodovias principais, por exemplo, de Goiânia à Bela Vista.
Agência Trabalhista de Notícias (LL), com informações da Assembleia Legislativa de Goiás Foto: Sérgio Rocha/Alego