
Jefferson: Constituinte para reforma política tem cara e cheiro de golpe
PTB Notícias 25/06/2013, 15:57
Leia abaixo os comentários do líder petebista Roberto Jefferson, publicados nesta terça-feira (25/6/2013) em seu blog (www.
blogdojefferson.
com).
Vade retro! Como vivemos um tempo de especulações, elucubrações, Dilma não fugiu à regra.
E se houve muito bem, saindo do córner para o centro do ringue, na reunião com governadores e prefeitos para dar uma resposta à onda de protestos que varre o Brasil.
Por ora, a proposta de pacto da presidente vai ajudar a serenar os ânimos; mas, convenhamos, uma Constituinte exclusiva para fazer a reforma política tem cara e cheiro de golpe.
Um golpe que arrostará a Democracia.
Bobo é quem acreditar nessa conversa.
É mensagem psicografada por Hugo Chávez.
Vade retro!De volta pra casa As ruas geralmente são marginais, intolerantes e, às vezes, democráticas.
Os gritos que de lá chegavam eram respeitosos, e por isso mesmo respeitados.
Mas a democracia foi para casa e na rua hoje reinam a marginalidade e a intolerância.
Os profissionais da TV Globo, por exemplo, têm trabalhado sob disfarce (o logo da emissora só aparece em local seguro).
O movimento entrou em delírio, fazendo do trânsito das cidades pior do que já é.
Está na hora de voltar pra casa.
E cobrar as mudanças.
Hoje ou hoje Como a presidente Dilma colocou o projeto que prevê 100% dos royalties do petróleo para a educação entre os itens do pacto – assim como a responsabilidade fiscal, a saúde publica e a educação, a reforma política, a mobilidade urbana e o transporte -, a proposta pode ser votada ainda hoje.
Dilma pediu o apoio das lideranças estaduais e municipais, mas aprovar o projeto não é uma tarefa tão simples.
Os recursos do pré-sal vêm sendo considerados a salvação de todos os males, mas concentrar a totalidade dos bilionários recursos apenas numa rubrica (a da educação) não agrada a governadores e prefeitos.
Há um outro problema: se a votação não se der hoje, só na semana que vem, pois amanhã tem jogo do Brasil.
Ou seja, é hoje o dia, mas não se sabe se da alegria, como diz samba-enredo da União da Ilha.
Novela sem fim Hoje a Câmara vai tentar pôr fim à novela do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
O Supremo Tribunal Federal deu prazo para que o Congresso votasse as novas regras de partilha dos recursos do FPE até o dia 27 de junho (quinta-feira próxima), mas o projeto aprovado na semana passada pelo Senado (alterado em relação ao texto rejeitado pelos deputados no último dia 12) precisa antes vencer as resistências dos estados que perderão recursos com o novo modelo de partilha.
Além disso, precisa contar com a anuência dos líderes, já que a pauta da Câmara está trancada pelo Projeto de Lei 5500/13, originário da Presidência da República, que destina 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a educação.
Como o projeto tramita sob urgência constitucional, só um acordo entre as lideranças e a Mesa Diretora para que o FPE se torne prioridade.
O cenário ainda é nebuloso, incerto.
“Bolha” diminui Enquanto as ruas pegam fogo, o noticiário econômico vai ficando em segundo plano; mas nem tudo é terra arrasada.
O Banco Central divulgou esta manhã a informação de que empresas e famílias pagaram taxas de juros menores a instituições financeiras no mês de maio (a taxa média caiu 0,3% para as famílias; para as empresas, 0,5%).
Também a inadimplência dos tomadores de empréstimos está estável, segundo o BC.
Outra boa noticia é o fato de que o endividamento das famílias caiu tanto em maio em relação a abril como ao mesmo período do ano passado.
Significa que o endividamento está diminuindo, embora ainda seja considerado alto, o que reduz os temores de estouro da “bolha”.
Vida dura Foragido que teria ido de Hong Kong, território chinês, para Moscou, e depois sumido nas pradarias russas, os movimentos do ex-funcionário da inteligência dos EUA, Edward Snowden, parecem coisa de cinema.
O governo de Vladimir Putin declarou não estar envolvido com os planos de fuga de Snowden, rechaçando as “tentativas do governo americano de culpar a Rússia pelo desaparecimento do espião”.
O governo Obama não vê a hora de colocar as mãos no ex-funcionário, um arquivo vivo de informações (foi ele que acusou a Casa Branca de bisbilhotar a vida de empresas e de pessoas sob o manto da segurança nacional, prática mais afeita aos republicanos do que aos democratas).
Obama está na defensiva desde que foram divulgados os programas secretos de espionagem.
De pedra, o governo americano virou vidraça; pior, ninguém está dando a mínima aos reclamos da maior potência do mundo.