
Kelly Moraes convoca reunião emergencial pra tratar de morte em hospital
PTB Notícias 28/03/2011, 6:51
A prefeita de Santa Cruz do Sul (RS), Kelly Moraes (PTB), convocou no último sábado, 26/03, uma reunião emergencial para tratar do caso em que um jovem de 23 anos morreu no Pronto-Atendimento do Hospital Santa Cruz.
Por ser morador de Herveiras, ele teve o atendimento negado pelo HSC e acabou morrendo nos braços da namorada.
A prefeita chamou para a reunião o secretário municipal de Saúde, Edison Rabuske (PT), e a direção do Hospital Santa Cruz, encabeçada por Oswaldo Balparda.
De acordo com Kelly, as devidas medidas serão tomadas.
“Não dá para recuperar a vida desse rapaz, mas não vamos deixar que outros casos como esse ocorram novamente no hospital”, disse ela, em entrevista à Rádio Gazeta AM na manhã deste sábado.
“O governo municipal nunca disse para o hospital que não era para atender pessoas de fora da cidade.
Eu sempre disse para todas as equipes: urgência e emergência sempre terão portas abertas.
Depois, o caso é analisado e transferido”, acrescentou.
De acordo a prefeita, ela mesma já teria ouvido relatos de funcionário do PA com relação ao médico que negligenciou o caso.
“Ele seria uma pessoa difícil de lidar”, disse ela.
O presidente do Conselho Municipal da Saúde, Gilberto Saraiva, concorda que os moradores de fora de Santa Cruz devem ser atendidos no PA.
“Vamos discutir a situação dentro no nosso conselho, avaliar que este não é o primeiro caso que aconteceu e investigar as orientações que foram dadas ao médico e ao enfermeiro”, garantiu Saraiva.
InvestigaçãoO delegado responsável pela ocorrência, Márcio Niederauer Nunes, passou a noite na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Santa Cruz ouvindo os depoimentos dos envolvidos e testemunhas.
Ele foi para casa somente às 9 horas de hoje e disse que só vai se pronunciar a partir das 15 horas.
Entenda o CasoJúlio César Padilha, 23 anos, sofreu um acidente de moto na propriedade da família, em Herveiras, por volta das 18h45 desta sexta-feira, 25.
Ele estava consciente e soluçava com sangue na garganta, além de apresentar um corte na cabeça.
Padilha foi colocado pelo irmão dentro de um carro e levado até o posto de saúde, de onde a ambulância de plantão partiu com o jovem e a companheira dele, Roseli da Silva Alves, 19 anos, para Santa Cruz.
Como o caso era grave, o condutor optou por encaminhar o ferido direto para o Hospital Santa Cruz (HSC), onde haveria os recursos necessários.
Ao chegar ao Pronto-Atendimento (PA) do hospital, o motorista estacionou o veículo na rampa de acesso das ambulâncias e, antes que pudesse descer a maca, ouviu do enfermeiro-chefe que Júlio não poderia ser atendido no PA por não ser morador.
A entrada no hospital só se daria via convênio, caso alguém assumisse os custos.
Diante da intervenção da companheira, a equipe médica reafirmou que o PA não atenderia a vítima e ordenou que a ambulância fosse retirada da rampa, sob a ameaça de chamar um guincho.
O veículo foi então estacionado na rua.
A Brigada Militar foi chamada e tentou intervir pelo atendimento, que outra vez foi negado, desta vez pelo médico responsável, sob a mesma alegação de se tratar de paciente de outro município.
Segundo testemunhas, Júlio César Padilha agonizou durante cerca de meia hora dentro da ambulância que o trouxe até o HSC, em frente ao prédio do PA, até que morreu nos braços da namorada.
Agência Trabalhista de Notícias (LL) com informações do Portal Gaz