
Sessão solene proposta por Luzia Toledo homenageia mulheres no ES
PTB Notícias 18/03/2009, 12:03
A mulher foi a homenageada da noite desta terça-feira (17) no Plenário “Dirceu Cardoso” da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), em sessão solene pelo Dia Internacional da Mulher.
A deputada Luzia Toledo (PTB), proponente da sessão, prestou diversas homenagens, bem como os demais deputados presentes à sessão.
A Orquestra Camerata, do Serviço Social da Indústria (Sesi), abriu o evento tocando o Hino Nacional, sob a regência do maestro Leonardo Davi.
Em seguida, executou a peça “Perfume de Mulher”, de Carlos Gardel, e “Eu te Amo”, do compositor brasileiro Antônio Carlos Jobim.
O Fórum aconteceu durante todo o dia nas dependências da Assembleia.
O 1º Fórum foi instalado em junho de 2007, e esta terceira edição, proposta pela deputada Luzia Toledo, debateu os avanços e aplicações da Lei nº 11.
340/2006, a chamada Lei Maria da Penha, entre outros temas relacionados à mulher.
A deputada Luzia Toledo lembrou-se da lei em seu discurso na sessão solene.
Inicialmente, ela destacou a presença de sete parlamentares homens, incluindo o petebista Doutor Rafael Favatto (PTB).
Em seguida, Luzia Toledo citou a escritora Simone de Bouvoir, cuja existência foi um exemplo de luta da mulher pela emancipação.
Após, lembrou o martírio das operárias norte-americanas, que morreram em um incêndio na fábrica onde trabalhavam, em 8 de março de 1875, data em que hoje se comemora o Dia Internacional da Mulher.
A parlamentar prosseguiu relatando a origem da Lei Maria da Penha, fruto da luta de uma mulher que ficou paraplégica em decorrência das agressões de seu ex-marido.
A Lei nº 11.
340/2006 representou um marco.
“Nossa sociedade sempre foi machista.
A até bem pouco tempo éramos vistas como propriedade do homem”.
E completou que até hoje o homem ainda se sente no direito de espancar, violentar ou subjugar uma mulher.
A deputada Luzia Toledo citou também pesquisa recente que mostra dados preocupantes: 63% das violências cometidas contra a mulher são domésticas; 30% são forçadas a manter relações sexuais; e 43% reconheceram ter sofrido algum tipo de violência por parte de seus companheiros: foram trancadas em casa, ou espancadas, ameaçadas de morte com armas de fogo, e toda sorte de violência.
“Precisamos escrever uma nova realidade para o gênero feminino”, alertou a parlamentar, acrescentando: “Temos que avançar muito mais.
O que defendemos é o direito à vida”.
Luzia Toledo ressaltou o papel do homem na relação: “Nossos companheiros têm que ser parceiros, não nossos algozes.
O que queremos é um direito”, afirmou.
E prosseguiu: “Vamos sacudir essa sociedade dizendo não à violência contra as mulheres.
Está em nossas mãos fazer essa mudança, e é através da educação que poderemos mudar essa triste realidade”.
Luzia Toledo concluiu discurso lembrando a dor da mulher que lutou pela sanção da lei: “Seja bendita você, Maria da Penha, que não se rendeu à violência sofrida”.
E deu vivas ao presidente Lula, que sancionou a lei: “Irá fortalecer a sociedade que todos nós queremos e precisamos”.
* Agência Trabalhista de Notícias com informações da Assembleia Legislativa do Espírito Santo